quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

O que é microangiopatia ?

A microangiopatia cerebral, também conhecida como doença de pequenos vasos, é um achado comum em exames de imagem como tomografia e ressonância magnética. Podemos dizer que neste caso a circulação de sangue no cérebro está comprometida, diminuída em algumas regiões.
 

As principais causas são a IDADE , hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade.
 

Com a progressão da microangiopatia (sobretudo pelo envelhecimento) podem ocorrer alterações de memória e/ou comportamento, dificuldade para andar e vertigem ou tonturas. Ela predispõe o paciente a ter ataques isquêmicos transitórios ou até mesmo pequenos infartos cerebrais (chamados também de AVCs lacunares).

 Para   evitar a progressão da microangiopatia você deve controlar os seus fatores de risco cardiovasculares (colesterol, diabetes, hipertensão, obesidade, inatividade física, stress ; não fumar e abster-se do consumo de álcool). Os fatores de risco que fogem ao seu controle são a genética e, obviamente, a idade. 

Faça check-ups anuais pelo menos, com um clínico ou cardiologista. Não há necessidade de repetir as imagens todo ano, a não ser que seja à critério do neurologista.

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Bibliografia

Okroglic S, Widmann CN, Urbach H, Scheltens P, Heneka MT (2013) Clinical Symptoms and Risk Factors in Cerebral Microangiopathy Patients. PLoS ONE 8(2): e53455. doi:10.1371/journal.pone.0053455

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Toxina botulínica e Enxaqueca Crônica

A aplicação de botox para o tratamento de dores de cabeça surte efeitos somente em pacientes com enxaqueca crônica. A substância parece não ser relevante no alívio dos sintomas de dores de cabeça menos frequentes ou de cefaleia tensional – o tipo mais comum do problema entre adultos. Essas conclusões foram obtidas após pesquisadores da Faculdade de Medicina de Wisconsin, nos Estados Unidos, analisarem 27 trabalhos sobre o assunto. O estudo completo foi publicado nesta quarta-feira na revista Journal of the American Medical Association (JAMA).

CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Botulinum Toxin A for Prophylactic Treatment of Migraine and Tension Headaches in Adults
Onde foi divulgada: revista Journal of the American Medical Association (JAMA)
Quem fez: Jeffrey L. Jackson, Akira Kuriyama e Yasuaki Hayashino
Instituição: Faculdade de Medicina de Wisconsin, Estados Unidos
Dados de amostragem: 27 estudos que envolveram, ao todo, 5.313 pessoas
Resultado: Tratamento com toxina botulínica para cefaleia surte efeitos de leves a moderados em casos de enxaqueca crônica, mas não em dores de cabeça e enxaquecas menos frequentes ou em cefaleia tensional
Segundo os autores do estudo, as cefaleias tensionais são caracterizadas pela tensão muscular na região do pescoço, nuca e cabeça. Cerca de 40% das pessoas, de acordo com os pesquisadores, experimentam o problema em algum momento da vida adulta, e a maioria não procura por ajuda médica.
A pesquisa se baseou em 27 estudos sobre os efeitos do botox no tratamento de enxaqueca que, no total, envolveram 5.313 participantes. Os autores do trabalho classificaram as dores de cabeça nas categorias: enxaqueca crônica (mais do que 15 crises por mês) ou episódica (menos do que 15 crises por mês); dores de cabeça crônicas ou episódicas e cefaleia tensional.
Resultados – Os pesquisadores observaram que o tratamento com botox reduziu moderadamente a frequência de dores por mês em pacientes com dores de cabeça e enxaqueca crônicas. De maneira geral, as pessoas que tinham algum desses dois problemas relataram ter, em média, de 17 a 20 crises ao mês antes de receberem tratamento com a toxina botulínica. Após 12 semanas do início do procedimento, elas passaram a ter duas crises a menos todos os meses.

Brasil – Em junho de 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da toxina botulínica para o tratamento de enxaqueca crônica em adultos. O órgão considera pessoas com a doença aquelas que apresentam dores de cabeça mais do que 15 dias por mês e crises com duração média de quatro horas cada.
A aplicação da toxina botulínica para migrânea crônica é feita atualmente seguindo o protocolo PREEMPT – 31 pontos de solução diluída em vários locais na cabeça e pescoço, bilateralmente, sendo repetidas as aplicações a cada 3 meses, por 5 vezes (total do tratamento, portanto, em 15 meses).

Vale ressaltar que protocolos de aplicações com menos pontos e menos repetições não foram considerados eficazes.

A toxina botulínica é em geral bem tolerada, com efeitos adversos leves e geralmente apenas nos locais de aplicação, de curta duração (basicamente, nas primeiras 24 horas). Estima-se que apenas 10% dos pacientes não respondam ao tratamento, principalmente pelo desenvolvimento de anticorpos contra a toxina.