sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Esclerose Múltipla

O que é Esclerose Múltipla?

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica na qual as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. Os pacientes são geralmente jovens, em especial mulheres de 20 a 40 anos. A causa da doença ainda é desconhecida (há várias teorias). Ela é dita uma doença "desmielinizante" porque as células atacam a bainha de mielina dos neurônios (uma espécie de "capa" que permite a condução dos impulsos nervosos de forma mais rápida).

A Esclerose Múltipla não tem cura e pode se manifestar por diversos sintomas, como por exemplo: fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio e da coordenação motora, dores articulares, disfunção intestinal e da bexiga, alterações da fala e da audição, transtornos da visão (muito comum), tremores, espasticidade (rigidez dos membros), formigamentos e outras alterações da sensibilidade táctil e dolorosa, alterações cognitivas (por exemplo, déficit de memória e alterações do humor), alterações sexuais (por exemplo: impotência).

A ABEM estima que atualmente 35 mil brasileiros tenham Esclerose Múltipla.

A Esclerose Múltipla não é uma doença mental nem é contagiosa. O tratamento consiste em atenuar os seus sinais e sintomas, desacelerar a progressão da doença e tentar evitar novos "surtos".

O que é um surto ?
O surto é diagnosticado a partir do surgimento de um novo sintoma neurológico ou a piora significativa de um sintoma prévio, tendo duração mínima de 24 horas. É importante ressaltar que deve existir um intervalo mínimo de 30 dias entre um surto novo e o prévio.
O quadro clínico de cada surto é variável, sendo que muitos pacientes podem apresentar mais de um sintoma associado. A recuperação também é individual, sendo que alguns pacientes apresentam melhora completa dos sintomas e outros podem permanecer com sequelas. Alguns pacientes podem apresentar piora clínica que geralmente é transitória.
Na suspeita de um surto deve-se procurar auxílio de um neurologista para que haja um diagnóstico correto e tratamento adequado. Alguns pacientes podem apresentar sintomas parecidos com um surto, mas que são apenas flutuações dos sintomas já estabelecidos por surtos prévios ou nada relacionados à doença (ou seja,nem todo sinalou sintoma neurológico se deve à esclerose múltipla).
Nos surtos há a necessidade de iniciar um tratamento o mais rápido possível, visando reduzir o tempo e a gravidade dos sintomas, e que às vezes até pode fazê-los sumir por completo.
Todos os pacientes devem evitar recorrer à automedicação. O tratamento do surto pode ser feito com corticoide via oral ou pela veia (há outras modalidades de tratamento), e habitualmente é feito em regime de internação hospitalar.
O tratamento contínuo de rotina que é empregado nomomento consiste no uso de medicamentos imunomoduladores, imunossupressores e anticorpos monoclonais, com o objetivo de modificar a evolução da doença, reduzindo o número de surtos e consequentes sequelas, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Existem vários exames que o neurologista pode pedir para ajudar a diagnosticar a doença (e afastar a possibilidade de outras), tais como a análise do líquor (líquido que banha o cérebro e a medula), potenciais evocados auditivos, visuais, somatosensitivos e a ressonância magnética.

A Esclerose Múltipla é uma das doenças mais pesquisadas no mundo todo, e regularmente são lançados novos tratamentos, o que tem possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes.

Fontes:
ABEM - Associação Brasileira de Esclerose Múltipla: http://abem.org.br/
Site: http://esclerosemultipla.com.br/